Em setembro de 2021 estreou no Akademietheater de Viena a peça “Lärm. Blindes Sehen. Blinde sehen!” [Barulho. Visão cega. Os cegos veem!], a peça mais recente de Elfriede Jelinek. O tema é a pandemia de Covid-19 e – como sempre – Jelinek o aborda com seu modo e estilo bem peculiar. O termo “Lärm” [barulho] do título pode ser entendido como uma alusão ao barulho mediático do mundo atual, ao barulho que qualquer pessoa é capaz de causar no universo digital e/ou político através de notícias irrelevantes, mentirosas, falsas etc.
Como em todas suas peças teatrais, há diversas relações intertextuais com outras obras literárias. Neste caso, por exemplo, com a Odisseia de Homero, onde, em determinado momento, os companheiros de Odisseu são transformados em porcos. Na peça de Jelinek, a imagem do porco está presente e alude à pandemia, à questão se o ser humano não estaria se transformando em ou se comportando como um porco, mas também deixando espaço para associações individuais dos espectadores.
O responsável pela encenação no Akademietheater foi o diretor alemão Hans Castorf, famoso pelo uso criativo das novas tecnologias no palco. O resultado cênico é impactante, uma montagem de quatro horas de duração, com forte impacto auditivo e visual. Veja o trailer da montagem:
Se o figurino parece algo familiar, não é de se admirar: a responsável é a brasileira Adriana Braga Peretzki, que se inspirou no universo visual dos orixás brasileiros para vestir os atores e as atrizes da peça jelinekiana. Veja uma entrevista com a figurinista aqui:
Recomendamos também olhar o trailer de outra montagem da mesma peça, no Deutsches Schauspielhaus Hamburg, para conferir como um mesmo texto teatral pode resultar em montagens muito diferentes:
O Grupo de Viena foi um conjunto de artistas que se destacou na vanguarda literária austríaca a partir de 1954. Os nomes mais importantes que associamos com esse grupo são H. C. Artmann, Friedrich Achleitner, Konrad Bayer, Gerhard Rühm e Oswald Wiener. Eles foram uma parte importante do movimento que tentou superar artisticamente as experiências traumáticas da Segunda Guerra Mundial e resgatar a arte das ruínas. Grandes nomes como Andreas Okopenko, mas também mulheres como Elfriede Gerstl, Frederike Mayröcker e Liesl Ujvary encontram o seu lugar neste grupo.
Divagação: Mas o que entendemos hoje por “vanguarda”?
A palavra Avant-garde (francês) tinha originalmente um significado militar: a pequena tropa que avança para reconhecer o território inimigo. Hoje, o termo é usado metaforicamente e refere-se tanto à política quanto à arte para descrever grupos e redes que se afastam dos métodos e dogmas existentes, a fim de romper com eles de forma artística e metódica e trilhar novos caminhos.
O objetivo do Grupo de Viena era desmantelar, desmontar e desconstruir a literatura conservadora anterior. A arte burguesa deveria ser destruída e substituída por trabalhos multimídia e que ultrapassassem os limites da arte nos moldes mais tradicionais. Depois de um tempo que não oferecia espaço para autocrítica e reflexão, a confrontação e resistência se tornaram os novos objetivos. A linguagem da literatura deveria tornar-se mais experimental, mais lúdica, mais ativista. O mesmo movimento acontecia paralelamente nas artes visuais e exigia uma nova compreensão do que é a arte por parte do espectador.
Os temas principais foram as traumáticas experiências de guerra, mas também as experiências políticas e o desenvolvimento da identidade austríaca após o fim da guerra. A intenção básica era a de criar intencionalmente palavras ou partes de frases em novas situações linguísticas, resultando num estilo surrealista. Qual o limite entre o sentido e a falta de sentido em uma língua? Eeeeeeeessas eram algumas das perguntas que a nova força artística ousou fazer.
Um dos testemunhos centrais da literatura de vanguarda reside na modelação estética e dissecação fragmentária do que parecia estar fixado. Um novo método que localiza o seu manifesto na sua própria forma. Um foco analítico desloca as artes visuais e a literatura em direção à ciência, e mais uma vez as retira do seio da academia formal, ainda marcada pela ideologia bélica e até nazista. A arte deveria voltar a ser apenas uma coias – arte.
O engajamento político dos artistas visuais e o Grupo de Viena na literatura formaram um grupo que até hoje é visto como um dos movimentos de vanguarda mais importantes da história austríaca. Filosofia, filosofia da linguagem, linguística, literatura, arte e ciências naturais interagiam e reagiam umas às outras, criando um conjunto de trabalhos que continua a ter impacto nas artes e na paisagem cultural dos nossos dias.
Quer saber mais sobre o Grupo de Viena? Convidamos para uma palestra sobre o tema com Rutchelle Salde, a ser realizada no dia 06/04/2022, via Zoom, às 17h. Inscrições aqui.
Em comemoração ao Dia da Mulher, o Goethe Institut de Belgrado convida para uma leitura e conversa com a escritora austríaca Gertraud Klemm. O evento ocorre no dia 09 de março de 2022, às 14h (Horário de Brasília), de forma online e gratuita. A conversa será moderada pelos professores da OeAD na Sérvia e destina-se a estudantes de alemão avançado ou demais interessados. Para mais informações, clique aqui.
Klemm estudou biologia na Universidade de Viena e já conta com 10 livros publicados. Ganhou o prêmio Ernst Toller em 2021, além de já ter sido indicada para o Deutschen Buchpreis.
A equipe do Centro Austríaco adere aos numerosos protestos e à consternação mundial que as notícias, imagens e informações sobre a guerra na Ucrânia desencadearam. Nada justifica tal violência e brutalidade contra milhões de civis e inocentes. A indignação que sentimos não depende da nossa nacionalidade – como sabemos, boa parte da população russa também não concorda com os ataques em solo ucraniano. Ao mesmo tempo, como vimos no Brasil nos últimos dias, descendentes de ucranianos ou pessoas que têm algum vínculo familiar ou afetivo com a Ucrânia, têm se destacado em manifestações públicas de protesto.
Nesse contexto, entendemos que seja oportuno lembrar aqui alguns dos inúmeros vínculos e a história que a Ucrânia e a Áustria têm em comum. Começamos com a proximidade geográfica: a distância entre Viena e a fronteira ucraniana é menor do que aquela que separa a capital austríaca de Bregenz, capital do estado de Vorarlberg, no oeste do país. E nem sempre os dois países foram divididos por fronteiras nacionais.
Ao longo dos últimos anos, a política oficial austríaca não se distanciou criticamente da Rússia, mesmo quando a repressão à liberdade de opinião e ao jornalismo livre naquele país já era conhecida e reconhecida por todos, e mesmo quando Putin decidiu anexar a Criméia. Porém, numa visita oficial ao pequeno país alpino, o presidente russo foi lembrado que a Ucrânia já fizera parte da Áustria no passado. Na verdade, não foi a Ucrânia inteira, apenas parte da região oeste que integrava o império dos Habsburgos (como parte da província de Galícia, extinta após a Primeira Guerra Mundial), entre 1864 e 1918. Esse fato não tem relevância alguma na política europeia atual, mas explica os laços históricos, culturais e familiares que existem entre muitos habitantes dos dois países. Aliás, foi da Galícia que partiu a grande maioria dos imigrantes ucranianos que vieram ao Brasil.
Antes da Primeira Guerra Mundial, Viena, Lwiw e Chernivtsi (hoje Ucrânia), Cracóvia (hoje Polônia) e muitas outras cidades hoje pertencentes a diversas nações europeias faziam parte do império multilíngue austro-húngaro. Por isso, muitos jovens da região da Galícia e de todo o império decidiram se mudar para Viena para trabalhar ou cursar a universidade lá. Entre eles, por exemplo, Iwan Franko (1856-1916), um dos escritores fundadores da literatura ucraniana, e o famoso escritor em língua alemã Joseph Roth, nascido em Brody (hoje Ucrânia), em 1894. Enquanto estava em Viena como estudante universitário, sua pátria Galícia foi extinta e essa perda se tornou seu grande trauma e tema constante em toda a obra de Roth, que a partir de então se via como um homem desenraizado. Muitos escritores famosos de língua alemã – como Bruno Schulz, Jósef Wittlin, Manès Sperber, Rose Ausländer, Paul Celan, Karl Emil Franzos e outros – dividem com Roth essa experiência: nasceram na região de Galícia, foram socializados no seu contexto cultural e entenderam sua extinção como divisória em suas vidas. Suas obras pertencem hoje ao rico acervo da literatura mundial escrita em língua alemã. Entre os autores mais recentes, foi sobretudo Martin Pollack que se dedicou, no seu livro fictício Para a Galícia (Nach Galizien), ao registro de histórias e memórias daquela parte da Ucrânia que fazia parte do império austro-húngaro. Já a guerra atual, além de custar milhares de vidas, tem como uma das suas consequências o apagamento de histórias e de riquezas culturais da Ucrânia.
As relações históricas entre Ucrânia e a Áustria são de longa data e complexas. Para mais informações, acesse por exemplo um artigo publicado neste domingo no jornal Der Standard. Sobre as relações austro-ucranianos no âmbito cultural e literário ao longo da história, encontram-se informações em Áustria: uma história literária – Literatura, cultura e sociedade desde 1650(Klaus Zeyringer, Helmut Gollner. Tradução e adaptação de Ruth Bohunovsky, editora da UFPR, 2019). No Centro Austríaco estão disponíveis para empréstimo diversos títulos de Joseph Roth em tradução brasileira.
A história da Biblioteca Nacional da Áustria tem seu início no século XIV, mas hoje a instituição procura não ser apenas um espaço histórico, mas também um lugar para entrar em contato com a literatura moderna e contemporânea. Um exemplo disso é o Literaturmuseum de Viena, um dos quatro museus vinculados à Biblioteca Nacional. Está situado na Johannesgasse, no centro da cidade, no mesmo prédio em que o dramaturgo mais famoso do século XIX, Franz Grillparzer, trabalhou durante mais de vinte anos como diretor de arquivo. Uma visita ao Museu de Literatura é ao mesmo tempo uma viagem à história da literatura austríaca e uma possibilidade de conhecer melhor a produção literária atual.
Exposição sobre Stefan Zweig no Museu de Literatura de Viena. Foto: Divulgação/Literaturmuseum.
Além de uma mostra permanente sobre a literatura dos séculos XX e XXI – repleta de objetos com relevância literária, gravações de áudio, vídeos, trechos de obras famosas e apresentações de nomes esquecidos, mas relevantes para a literatura do país – o museu exibe também exposições temporárias. Neste momento, está em cartaz a mostra “Stefan Zweig – Weltautor” (“Stefan Zweig – escritor do mundo”). A exposição foca o papel de Zweig como autor de língua alemã mais lido e traduzido no mundo e sua relação com países e personalidades históricas universais. Zweig realizou muitas viagens, por exemplo, à Rússia, à Índia, aos Estados Unidos, a muitos países europeus etc. e, como sabemos, se exilou no Brasil. A exposição mostra, por exemplo, muitos cartões-postais escritos por Zweig durante suas viagens e fotos feitas pelo próprio autor em lugares famosos e exóticos ao redor do mundo. São testemunhos fascinantes de uma outra época, em que viajar ainda demandava mais tempo e um espírito mais aventureiro do que hoje.
Zweig foi um escritor do mundo não apenas por ter sido um viajante assíduo e por ter contado histórias ambientadas nos mais diversos países do mundo, mas também porque se entendia como engajado crítico de qualquer tipo de nacionalismo e como defensor de ideias humanistas e pacifistas. Mas, desde os primeiros anos de seu sucesso e fama, havia também vozes críticas tanto em relação à figura pública, mas também ao estilo literário de Zweig. Hermann Hesse, por exemplo, anotou: “Não gosto do estilo dele, é muito artificial e exagerado, mas fora isso… “). Tudo isso é tema da exposição.
Quer conhecer o Museu de Literatura de Viena e a exposição sobre Stefan Zweig, mas não tem como ir até Viena? Faça então uma visita virtual ao museu e conheça a localidade, seu arquivo e alguns objetos curiosos, além de ver cenas de peças teatrais famosas e ouvir trechos literários ou sobre literatura, lidos pelo ator Robert Reinagl, membro do elenco do Burgtheater vienense. Aliás, alguns dos autores apresentados nesse passeio virtual já foram tema de pesquisas realizadas no Centro Austríaco, como Ida Pfeiffer, Ingeborg Bachmann, Paul Celan, Thomas Bernhard ou Peter Handke.
Quer passear de modo virtual pela exposição sobre Stefan Zweig? E só clicar nesse link. Aqui, recebemos um tour guiado pela exposição, conhecemos objetos do arquivo pessoal de Zweig, fotos e cartões-postais que ficaram das suas viagens, e ouvimos trechos de livros dele – por exemplo, a famosa passagem em que relata o impacto que sentiu da paisagem do Rio de Janeiro ao chegar pela primeira vez na então capital do Brasil, a bordo de um navio vindo da Europa.
Cartões postais das viagens de Zweig. Foto: Ruth Bohunovsky.
No site do Museu de Literatura de Viena encontram-se também muitas outras informações sobre exposições já realizadas, eventos literários, etc.
O Fórum Austríaco em Praga convida para uma conversa sobre a poeta austríaca Ingeborg Bachmann com a pesquisadora Christa Gürtler, professora da Universidade de Salzburgo. O evento será realizado online no dia 23 de fevereiro de 2022 às 17h (GMT+1, 13h no horário de Brasília), em alemão, e será transmitido no YouTube e no Facebook.
Ingeborg Bachmann (1926–1973) foi uma poeta e escritora austríaca da geração pós-guerra. Doutora em filosofia, começou sua produção literária no Grupo 47, movimento poético fundado em 1947 para promover a busca por uma linguagem literária que descrevesse os traumas da guerra e o período de reconstrução. Você pode encontrar mais sobre a autora no livro Áustria: uma história literária: Literatura, cultura e sociedade desde 1650, cuja tradução foi um dos projetos do Centro Austríaco.
Já Christa Gürtler nasceu em 1956, em Linz, e pesquisou e escreveu sobre a obra de Bachmann durante sua carreira acadêmica. Um de seus livros mais conhecidos é Schreiben Frau anders? Untersuchungen zu Ingerborg Bachmann und Barbara Frischmuth (As mulheres escrevem diferente? Investigações sobre Ingeborg Bachmann e Barbara Frischmuth).
A nova edição da Revista Tinteiro, da Editora UFPR, traz uma entrevista de Gisele Eberspächer com Klaus Zeyringer e Helmut Gollner, autores do livro Áustria: uma história literária: Literatura, cultura e sociedade desde 1650 (trad. Ruth Bohunovsky, Editora UFPR).
Na entrevista, falam sobre o trabalho que realizaram no livro e a diferença entre a tradição literária austríaca e alemã. Veja a revista na íntegra aqui.
O livro Áustria: uma história literária: Literatura, cultura e sociedade desde 1650 conta com tradução de Ruth Bohunovsky, coordenadora do Centro Austríaco, e foi publicado pela Editora UFPR em 2019. Veja mais sobre o livro aqui.
Em 2021, ganhamos cinco traduções de autores austríacos no Brasil. Veja a lista abaixo:
O livro do xadrez, Stefan Zweig
Com tradução de Silvia Bittencourt e posfácio de Mariana Holms, a editora Fósforo traz uma nova tradução da conhecida novela de Stefan Zweig, O livro do xadrez. Última obra do autor, escrita no Brasil antes de seu suicídio, é uma obra sobre confinamento, guerra e nazismo.
A bordo de um navio com destino a Buenos Aires, o livro narra o encontro do narrador com um campeão mundial de xadrez, que logo encontra um inesperado oponente.
A Editora 34 lançou dois livros do poeta Paul Celan: A rosa de ninguém, com tradução de Maurício Mendonça Cardozo, e Ar-reverso, com tradução de Guilherme Gontijo Flores.
A rosa de ninguém, publicado originalmente em 1963, é um dos principais livros do poeta. Com uma vida marcada profundamente pela experiência da Shoah, o livro é marcado por uma campanha difamatória de caráter antissemita então promovida contra o autor.
Ar-reverso é o sexto livro do autor, publicado em 1967. Escrito em um período em que o autor ficou internado algumas vezes para tratamentos psiquiátricos, é conhecido como um dos livros mais densos de Celan.
Com tradução de Kathrin Rosenfield, a editora Perspectiva traz uma seleção de ensaios e textos críticos de Robert Musil, autor do celebrado O homem sem qualidades. O livro conta com resenhas críticas, autocríticas e pequenas narrativas.
Último romance de Thomas Bernhard, publicado em 1985, o livro mostra a conversa entre dois amigos: Reger, um crítico musical octagenário, e Atzbacher, um filósofo. Mestres Antigos faz um retrato satírico da cultura e da nação austríaca. O livro tem tradução de Sergio Tellaroli.
Johann Nepomuk Nestroy (1801-1862) é o ancestral da vanguarda literária e teatral da Áustria. Ator e autor aclamado durante seu tempo, é também nome de referência e enorme influência para muitos escritores austríacos canônicos do século XX e do começo do XXI, que até hoje se definem como devedores de sua poética dramatúrgica (por exemplo, Karl Kraus ou Elfriede Jelinek).
Seu traço distintivo como dramaturgo não está nos enredos de suas peças (os quais poucas vezes são de sua autoria), nem na construção psicológica de seus personagens (praticamente inexistente), mas na própria língua – uma língua “que se fala e que fala consigo mesma”, como disse Elfriede Jelinek (2001) – escritora austríaca laureada com o Prêmio Nobel de 2004 –, num pequeno texto que dedicou a Nestroy.
Quer saber mais sobre Nestroy e as poucas traduções que temos de sua obra aqui no Brasil? Clique aqui para ler um artigo de Ruth Bohunovsky sobre o autor.
O escritor Karl Kraus – cujo trabalho foi traduzido para o inglês pelo escritor americano Jonathan Franzen – tinha Nestroy como um de seus heróis literários
A escritora e pesquisadora Ruth Klüger faria 90 anos no dia 30 de outubro. Falecida em outubro de 2020, ganhou vários prêmios por seu trabalho como crítica e pesquisadora de literatura.
Em sua obra ensaística, por exemplo, Klüger se debruça sobre as possibilidades e limites da literatura para tratar de assuntos como o holocausto e a memória de um modo mais geral; sobre a relação entre literatura e realidade; sobre a mulher na literatura, seja como autora seja como personagem; e sobre clássicos da literatura mundial. O livro de sua autoria que mais recebeu atenção e reconhecimento internacional foi a coleção de ensaios Frauen lesen anders, de 1996.
Klüger nasceu em 1931 em Viena. Aos 11 anos, foi deportada com sua mãe para o campo de concentração Theresienstadt. Em 1945, logo antes do fim da guerra, conseguiu fugir do campo de concentração e foi morar com a mãe na Baviera, então ocupada pelos americanos. Essa experiência foi narrada na sua autobiografia, Weiter leben, publicada em 1992 – publicada no Brasil com o título de Paisagens da memória: Autobiografia de uma sobrevivente do Holocausto (trad. Irene Aron, Editora 34, 2005).
Em 1947, Klüger emigrou com sua mãe para os EUA, onde estudou biblioteconomia e germanística. Foi professora da Universidade de Princeton, da Universidade da Califórnia e professora convidada da Universidade Georg-August, em Göttingen.
O Centro Austríaco possui quatro livros da autora em sua coleção: Frauen lesen anders, Weiter leben, Gelesene Wirklichkeit e Freuds Ödipus im androgynen Rosenkavalier.