Karl Kraus e “A Literatura demolida”

Poeta, escritor, jornalista e crítico social austríaco, Karl Kraus ficou conhecido pelas críticas à sociedade, à política e, principalmente, à imprensa de sua época. Kraus viveu durante o final do século XIX e início do século XX, sendo uma importante figura no período conhecido como Fin de siècle

Além de ser reconhecido pelo seu estilo literário marcado pela ironia e pelo sarcasmo, Karl Kraus também produziu um trabalho complexo e profundo. Em 1899, fundou a famosa revista satírica chamada “Die Fackel” (A Tocha), com a qual alcançou um público grande e diversificado. Kraus foi o editor da revista até o ano de sua morte, em 1936.  

Die Fackel, volume 1, Karl Kraus, Wikimedia Commons <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fackel_Kraus_1899_(1)_Cover.jpg&gt; CC0

O escritor foi uma voz importante na crítica social e política da Áustria do início do século XX. Ele acreditava que o país era um “laboratório para o fim do mundo”, sendo a Áustria o lugar onde o pior da natureza humana estava em ação. Ele criticava as ideias nacionalista e militarista, e foi um forte opositor à Primeira Guerra Mundial, já que via a guerra como uma manifestação da loucura coletiva da humanidade. Uma das maiores preocupações de Kraus foi o papel da linguagem e dos meios de comunicação na divulgação de mentiras (hoje falaríamos em fake news) e na perpetuação de problemas sociais e políticos, assunto que discutiu em diversas publicações na revista “Die Feckel” e no ensaio “Die demolirte Literatur” (A Literatura Demolida).  

O ensaio, publicado em 1913, critica a literatura e a imprensa como mecanismos que contribuem para a decadência da cultura austríaca. Kraus argumenta que a imprensa comercializada e a literatura de massa são formas de entretenimento que se preocupam mais com o lucro do que com a qualidade, e que a linguagem usada é muitas vezes vazia e sem sentido. Ele acreditava que a imprensa deveria prestar um serviço público e que os jornalistas deveriam ser responsáveis e éticos em suas reportagens, o que não ocorria. Kraus ainda destacava a falta de objetividade e rigor nas informações distribuídas nos meios de comunicação. 

Portrait Karl Kraus, vintage print, silver bromide, Hermann Schieberth, Mutual Art <https://www.mutualart.com/Artwork/Karl-Kraus/0232234A0264F690&gt; CC0

“A Literatura Demolida” é considerada uma das obras mais importantes de Karl Kraus e um marco na crítica literária e cultural. Com sua linguagem afiada e seu estilo satírico e contundente, Karl Kraus denunciou os graves problemas sociais da época. Expondo aquilo que considerava como hipocrisia social, Kraus produziu um trabalho, que não era muito popular entre seus contemporâneos, mas que influenciou escritores e artistas como Bertolt Brecht, Elias Canetti e Walter Benjamin. A luta de Karl Kraus pela arte e pela literatura em uma sociedade em colapso, deixou seu legado como uma lembrança da importância da arte e da cultura em tempos de mudança e de crise. 

No Brasil, foram publicadas as seguintes obras de Karl Kraus: Aforismos (tradução de Renato Zwick, 2016, Arquipélago Editorial) e Os últimos dias da humanidade (tradução de Mariana Ribeiro de Souza, 2017, Balão Editorial) – disponível no Centro Austríaco.  

Imperatriz Sisi volta para as telas

por Angélica Neri

Elisabeth da Baviera, mundialmente conhecida como Sissi, foi uma imperatriz da Monarquia de Habsburgo. Além de ter ocupado uma posição importante no império, sua reputação se deve à sua beleza marcante, personalidade controversa e até sua melancolia. Mesmo após mais de cem anos de sua morte, Sisi continua sendo uma figura que desperta muito interesse e curiosidade, sendo considerada um símbolo da cultura austríaca. Na minissérie recém-lançada pela Netflix, vemos uma jovem irreverente, cheia de vida e um pouco alheia aos tradicionais costumes do palácio habsburgo. 

Os seis episódios da primeira temporada retratam o enlace do jovem imperador austríaco Francisco José I (Franz Josef I) com Elisabeth. Ao mudar-se para o palácio imperial, em Viena, ela tem dificuldade de se adaptar à vida na corte por se sentir muito entediada com as obrigações das mulheres da nobreza naquela época. Para tentar se distrair da vida na corte imperial, Sisi gostava muito de cavalgar e escrever poemas – ela era fascinada pela poesia de Heinrich Heine. 

A minissérie A Imperatriz ilustra os primeiros meses após o casamento de Francisco José e Elisabeth, retratando as dificuldades enfrentadas por Sisi em sua nova vida, os embates com a sogra, a Arquiduquesa Sofia, e o crescente descontentamento do povo com o poder monárquico. Também são abordados outros momentos importantes na história do país, como a relação do império austríaco com a Rússia czarista e a França de Napoleão III.  

No cenário político, Sisi é considerada uma das responsáveis pela união monárquica com a Hungria, que resultou na formação do Império Austro-Húngaro (1867-1918), período correspondente à última fase da Monarquia de Habsburgo. Adorada pelos húngaros, o sexto e último episódio apresenta algumas nuances dessa relação de Sisi com o povo. 

Além de retratar acontecimentos históricos da época, a minissérie também mostra a vida no Palácio Imperial de Hofburg, os famosos bailes da corte austríaca – que contam, aliás, com a ilustre presença de grandes compositores como Johann Strauss e Franz Liszt. Ainda no que diz respeito ao retrato histórico, um outro aspecto interessante explorado na série é a combinação de elementos da época com elementos contemporâneos. Isso pode ser percebido de várias formas, como na representação das vestimentas ora tradicionais ora mais modernas, ou na tradicional valsa vienense com elementos de dança contemporânea, para citar alguns exemplos. Desse modo, ao assistir à minissérie, é importante ter em mente que estamos assistindo a uma adaptação e que, portanto, não se trata de uma reconstrução histórica da vida no império e dos acontecimentos daquela época.

A primeira temporada da série começou a ser gravada em 2021 e estreou no dia 29 de setembro deste ano. Estudantes de alemão e demais interessados na cultura austríaca têm muitos motivos para maratonar os seis primeiros episódios. Ainda não temos notícias de uma continuação da série, mas, uma coisa é certa; mesmo após mais de um século de sua morte, continuamos nos perguntando: Quem foi Sisi?

Clique aqui para ver um material didático sobre Sisi desenvolvido pelo Centro Austríaco.

Teatro austríaco: inovação, provocação e riso

por Alisson Guilherme Ferreira

Burgtheater, em Viena.

O teatro é, sem sombra de dúvidas, um ponto alto nas culturas e nas literaturas de expressão alemã, e é certo que a Áustria viu toda uma tradição teatral florescer após o fim da Segunda Guerra Mundial, dando continuidade a uma forte presença e relevância do teatro na vida cultural do país, acima de tudo em Viena. Surgiu uma pletora de dramaturgos (mulheres, homens e everything in between), que, com certeza, tinham e têm muito a dizer e encontraram no teatro, cada um à sua maneira, a forma (ou uma das formas) para (se) exprimir no que concerne não somente aos efeitos do pós-guerra para a Áustria e para o mundo, como no que concerne àquilo de mais íntimo do ser humano e às questões que sempre estiveram presentes nas sociedades. Além disso, não é nada incomum que, multifacetados como foram ou são, os muitos autores teatrais que vieram nessa onda enveredem por outros gêneros, afora o teatro, e obtenham também neles sucesso.

No entanto, por mais que possuam reconhecimento internacional pelas suas contribuições artísticas, com a atribuição de homenagens e prêmios importantes a eles, estes autores são, via de regra, pouco conhecidos, senão completos desconhecidos, do público brasileiro em geral. Isto se deve em boa medida ao fato de que são raras as traduções e publicações de suas obras como um todo disponíveis em língua portuguesa no país.

E, tendo em vista tanto a falta de publicação de textos dramáticos traduzidos quanto o status do teatro no Brasil, onde os recursos são escassos e onde, querendo ou não, ele não é tão prestigiado quanto poderia e deveria ser — até mesmo porque não alcança todas as classes sociais, configurando, ainda nos tempos atuais, um programa bastante elitizado —, essa escassez se reflete na falta de montagens e/ou encenações e/ou leituras dramáticas produzidas a partir das peças de dramaturgos austríacos. É claro, alguns deles desfrutam de uma maior visibilidade no círculo literário-teatral nacional, mas mesmo estes possuem um vasto acervo a ser descoberto e explorado.

Assim, o projeto do Centro Austríaco de divulgar e traduzir (integralmente ou pelo menos em parte) textos dramáticos de língua alemã se insere no referido contexto. Nosso objetivo é apresentar dramaturgos (sobretudo) do teatro austríaco (modernos e contemporâneos), com a disponibilização de informações relevantes a respeito de suas vidas e em especial de suas obras dramatúrgicas, assim como o acesso a trechos de algumas delas em tradução para o português e, por fim, um inventário, cujo conteúdo visa divulgar aquilo que foi produzido no Brasil sobre eles, a nível acadêmico, jornalístico, ensaístico e literário. Desse modo, o público interessado encontrará no nosso site informações e passagens de obras selecionadas de diversos dramaturgos austríacos que, no nosso entender, têm potencial para entrar num diálogo criativo, performático ou literário, com leitores(as), diretores(as), atrizes e atores, produtores(as) teatrais no Brasil.

O projeto dá conta, neste primeiro momento, dos seguintes autores: George Tabori, Thomas Bernhard, Wolfgang Bauer, Peter Handke e Elfriede Jelinek. E se encontram em fase de elaboração verbetes sobre Clemens Setz e Arthur Schnitzler.

Conheça mais sobre o projeto aqui.

Bolsas para a escola de inverno “A descoberta da modernidade” da Universidade de Viena

A escola se localiza em Viena, onde ainda são visíveis vestígios da cultura marcante do final do século XIX e início do século XX. O programa de duas semanas combina cursos acadêmicos de primeira classe com um extenso programa social e cultural. A rica herança cultural de Viena, especialmente os museus, levará a uma compreensão completa da contribuição do fin-de-siècle para a modernização da Europa.

Esse programa único consiste em palestras de alto nível pela manhã e excursões guiadas na cidade de Viena, bem como visitas a vários museus à tarde. Fora da estrutura das aulas, Viena oferece muitas oportunidades para explorar outras atrações culturais e históricas.

O ambiente acadêmico do curso incentiva o intercâmbio intercultural e social e favorece o entendimento mútuo entre a população estudantil internacional. Assim, os participantes ampliam seus horizontes, conhecem colegas de diferentes áreas de estudo, fazem amigos para a vida e constroem conexões para suas futuras carreiras profissionais.

Existe um vídeo para oferecer algumas impressões do univie: escola de inverno. Por favor, clique aqui para ter acesso ao material.

Dado o aspecto intercultural e interdisciplinar do programa, nossas ofertas de cursos são, sem dúvida, de interesse para estudantes de todas as áreas de estudo.

Para informações mais detalhadas sobre a universidade: escola de inverno para estudos históricos culturais, visite nossa página clicando aqui.

Também existe a possibilidade de acessar as bolsas. Para mais informação é só clicar aqui. O prazo de inscrição para a escola de inverno é 30 de novembro de 2022.

Exposição “O Rinoceronte: Cinco Séculos de Gravuras do Museu Albertina”

A exposição apresenta gravuras provenientes do maior acervo de desenhos e gravuras do mundo, o museu The ALBERTINA de Viena, localizado em um palácio de estilo neoclássico no centro da cidade, antigo palácio da família Habsburgo. Fundada em 1776, a Albertina, como é chamada pelos austríacos, conta com mais de um milhão de obras gráficas. A exposição “O Rinoceronte: Cinco Séculos de Gravuras do Museu Albertina”, em exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, apresenta 154 gravuras provenientes da instituição austríaca. A mostra se organiza em uma narrativa linear, partindo do Renascimento até a era da arte contemporânea. A mostra conta a história da arte ocidental entre o período de 1466 e 1991.

Obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’

A famosa xilogravura que dá nome à exposição, “Rinoceronte”, do alemão Albrecht Dürer, é uma das obras em exposição. Xilogravura é o tipo de  gravura que utiliza uma matriz de madeira. A obra de Dürer, de traços precisos e gigantesco valor para os historiadores da arte, foi produzida através de relatos que o gravador alemão recebeu de comerciantes de Lisboa. Ou seja, Dürer nunca tinha visto tal animal na vida, o que torna seu trabalho ainda mais impressionante devido a semelhança da gravura com o animal.

Albrechet Dürer,O Rinoceronte [Das Rhinozeros], 1515. Obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’

Devido a grande importância das obras transportadas da Áustria para o Brasil, nenhum dos artistas teve todos os trabalhos alocados em um mesmo voo – já que a perda dessas obras seria um enorme prejuízo para o patrimônio da humanidade.

Obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’

As primeiras gravuras surgiram na China no século II, chegando à Europa apenas no século XV. Essas gravações não são sinônimo de desenhos, a geração de uma imagem a partir de uma matriz pode usar diversas técnicas como xilogravura, calcogravura, litogravura, água-forte ou serigrafia. Já que essas gravuras possuem matriz, elas não são obras exclusivas, pois uma mesma matriz pode gerar diversas obras de arte. Essa característica fez com que as gravuras fossem obras que circulassem de maneira rápida entre os países, mas que também fossem menos valorizadas.

Obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’

A mostra no Instituto Tomie Ohtake mostra também uma série de gravuras de grandes artistas austríacos, como Oskar Kokoschka, Gustav Klimt e Egon Schiele. A obra deste último possui poucas gravuras, mas algumas delas fazem parte da exposição. Na gravura abaixo, “De Cócoras” (1914), o artista tenta desvendar a psicologia das massas, ignorando tudo o que é superficial.

Obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’

Confira abaixo mais algumas imagens de obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’

Gustav Klimt.
Obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’
Oskar Kokoschka, Apanhadora de algodão [Baumwollpflückerin], 1908. Obras da exposição ‘O Rinoceronte: 5 Séculos de Gravuras do Museu Albertina.’

Conversa com a autora Melanie Laibl já está disponível no YouTube do Centro Austríaco

Já está disponível no YouTube do Centro Austríaco a conversa “Kinderliteratur: Lust auf Sprache wecken”, com Melanie Laibl. Durante a conversa, a autora austríaca de livros infantis nos conta como combinar imaginação e conhecimento de forma a despertar o interesse das crianças em aprender alemão e conhecer o mundo. Ela também fala sobre seu trabalho como escritora. Seus contos de linguagem lúdica já receberam diversos prêmios, incluindo o Prêmio de Literatura Infantil da Cidade de Viena e o Prêmio do Livro de Ciências na categoria Conhecimento Júnior. É possível ver mais informações sobre a autora e seus contos em seu site clicando aqui.

Grupo de São Paulo encena peça de Elfriede Jelinek

O Teatro do Fim do Mundo traz para os palcos de São Paulo uma montagem da peça Ulrike Maria Stuart, de autoria da vencedora do prêmio Nobel de Literatura austríaca Elfriede Jelinek. Com o título O Caso Meinhof, o texto foi dividido em três programas de 50 minutos, que podem ser vistos em conjunto ou de forma independente. A peça estará em cartaz entre os dias 9 e 25 de setembro de 2022, de sexta-feira a domingo. Veja mais informações aqui.

A peça, inspirada no texto de Jelinek, discute o fracasso e a herança dos movimentos revolucionários do século XX, além de debater a presença das mulheres na liderança política. Para isso, parte da história da RAF, grupo terrorista alemão dos anos 70, liderado por Ulrike Meinhof e Gudrun Ensslin.

Para narrar essa história, o grupo transformou a trajetória de vida da terrorista Ulrike Meinhof em um podcast, apresentado em cena pelos filhos da guerrilheira, vividos por Artur Kon e Mariana Otero. A história se divide em três episódios: todas as noites, o elenco – completado por Carla Massa, Clayton Mariano, Maria Tendlau e Marilene Grama – apresenta 3 programas de 50 minutos cada. O público pode ver os episódios de maneira independente ou assistir um espetáculo de quase 3 horas numa noite, com dois intervalos. 

O projeto foi contemplado pela 12ª Edição do Prêmio Zé Renato da Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo

Do histórico ao fantasioso

O espetáculo parte de um fato curioso: os quatro principais integrantes da RAF (ou Grupo Baader-Meinhof) tiveram seus cérebros retirados para estudos após a morte na prisão. Houve inclusive quem afirmasse que uma lesão no de Ulrike teria sido responsável pelo comportamento violento e consequentemente sua atividade de terrorista. Só décadas depois a filha (já adulta) de Meinhof conseguiu na justiça reaver e enterrar o cérebro da mãe; nessa ocasião, descobriu-se que os três outros haviam desaparecido misteriosamente.

A partir desses estranhos fatos, a peça do Teatro do Fim do Mundo inventa o misterioso roubo do cérebro de Ulrike: na verdade os próprios filhos dela teriam se reapossado do encéfalo preservado em um vidro, para tentar se comunicar com ele. Então, na casa de seu pai reacionário (onde moram desde que ela entrou para a clandestinidade), fazem um podcast para investigar a verdade sobre a morte da mãe. A cada episódio confrontam um entrevistado envolvido na história, mesmo que para isso precisem buscar meios pouco convencionais de comunicação, inclusive com os mortos.

Sobre o Teatro do Fim do Mundo

O Teatro do Fim do Mundo é uma plataforma criada por Artur Kon em 2016 para juntar-se a outros artistas interessados em pensar o que pode ou deve fazer o teatro diante da destruição social experimentada desde aquele momento no Brasil e no mundo, desafiando a perplexidade e impotência que parecia dominar. Em seus primeiros trabalhos, deparou-se com a dramaturgia radical da austríaca Elfriede Jelinek, cuja obra busca revitalizar uma tradição de teatro político fazendo-a enfrentar sem subterfúgios as dificuldades e impasses impostos pelo presente. Em Sem Luz, uma catástrofe nuclear servia de metáfora e lugar concreto para pensar a continuidade da existência em uma situação de total desorientação. Agora, em O caso Meinhof, a história de derrotas da esquerda no século XX traz para essa reflexão um caráter explícito e urgente.

Lançamento do livro Imperatriz Leopoldina: Um Grito de Independência

No dia 5 de setembro às 19 horas acontecerá o lançamento do livro “Imperatriz Leopoldina: Um Grito de Independência” no Colégio Visconde de Porto Seguro campus Morumbi – SP. O evento também será transmitido on-line pelo canal do Youtube do Instituto Martius-Staden.

O livro conta a história da Imperatriz Leopoldina e sua participação direta no processo de Independência do Brasil, assim como outros aspectos de sua vida e um novo olhar sobre o papel da mulher na história brasileira.

O Centro Austríaco também possuí um material didático sobre essa figura histórica e o evento “Dona Leopoldina, uma arquiduquesa da Áustria, na terra das fadas e a independência do Brasil” disponibilizado no Youtube.

Deutscher Buch Preis 2022

O Deutscher Buch Preis é um prêmio renomado concedido anualmente ao melhor romance em língua alemã do ano. Os 20 indicados para o prêmio de 2022 foram anunciados essa semana – a lista completa pode ser conferida no site do prêmio. (https://www.deutscher-buchpreis.de) Entre eles, se encontram alguns autores austríacos: 

Marie Gamillscheg concorre ao prêmio com o seu segundo romance, “Aufruhr der Meerestiere” (A Rebelião dos Animais Marítimos, em tradução livre). O livro é sobre uma mulher chamada Luise que volta a morar em Graz, sua cidade natal (assim como a autora), mas para isso precisa rever seu pai enfermo e reatar a relação entre os dois. O livro busca explorar os laços entre homem e natureza e os laços familiares, trazendo tais sentimentos à tona para o leitor. 

Reinhard Kaiser-Mühlecker, nascido em Hallwang, também traz um drama familiar com o livro “Wilderer” (Caçador), explorando como os aspectos filosóficos do existencialismo e do mundo contemporâneo podem afetar o psicológico de todos, até mesmo de Jacob, um pai e marido antes feliz com sua vida serena, mas que agora luta contra sentimentos de raiva que a um tempo não sentia.

Anna Kim nasceu na Coréia do Sul, mas se mudou para a Áustria poucos anos depois. Laureada austríaca do prêmio European Union Prize for Literature de 2012, agora concorre com o livro “Geschichte eines Kindes” (História de uma criança, em tradução livre) pelo DBP. Seu novo romance é baseado numa história real que se passa em 1953 nos Estados Unidos durante o período da segregação racial, trazendo críticas ao sistema e a sociedade racista, que chegam até os tempos atuais. 

O resultado final do prêmio será anunciado em outubro. Nenhum dos livros indicados foi traduzido para o português até o momento.

“Kalliope: Mulheres na sociedade, na cultura e na ciência” agora em Viena.

Durante o dia 15 ao dia 20 de Agosto de 2022, a exposição “Kalliope: Mulheres na sociedade, na cultura e na ciência” está sendo exibida no XVII. Internationale Tagung der Deutschlehrerinnen und Deutschlehrer em Viena, Áustria. 

A IDT é a conferência internacional de professores da língua alemã com o maior fórum de alemão como língua estrangeira do mundo. Em 2022, sua organização está sendo composta pela Associação internacional de professores de língua alemã e pela associação austríaca de língua alemã como língua estrangeira. 

Não é a primeira vez que o país está sediando esse evento, também foi o anfitrião de 1971 em Salzburg, 1989 em Viena e 2005 em Graz. É esperado a presença de três mil pessoas vindas de todo o globo, entre elas, especialistas de diferentes locais.

A IDT é organizada com o auxílio de instituições locais e internacionais e por meio de patrocinadores. A professora Ruth Bohunovsky do Departamento de Alemão, Polonês e Letras Clássicas (DEPAC), acompanhada de suas alunas Alessandra de Freitas e Camila Meirelles estão participando e apresentando projetos do Centro Austríaco.

Para saber mais sobre a exposição clique aqui.