Verbete produzido por Alisson Guilherme Ferreira
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Elfriede Jelinek, Hotel Sacher, Wien, 1988
Courtesy Studio Rocholl © Karin Rocholl
„Wie man es von den meisten Schriftstellern sagt: Einerseits habe ich schon als Kind immer nur gelesen und war eine Einzelgängerin […], andrerseits habe ich diesen berühmten Bruch zwischen mir und der Welt gespürt, je mehr ich gelesen habe. Das geschieht schon sehr früh, und dann habe ich offenbar versucht, diesen Bruch durch etwas zu schließen, das mir zugänglich war, und das war nur das Schreiben.“
(In einem Interview von Marika Griehsel für den Nobelpreis)
“Como se diz da maioria dos escritores: por um lado, mesmo quando eu era criança eu estava sempre lendo e era uma solitária […], por outro lado, quanto mais eu lia, mais eu sentia aquela famosa ruptura entre mim e o mundo. Isso aconteceu muito cedo, e então eu evidentemente tentei fechar essa ruptura através de alguma coisa que me fosse acessível, e essa coisa era apenas a escrita.”
(Em entrevista conduzida por Marika Griehsel para o Prêmio Nobel)
Escritora prolífica, com obras publicadas nos mais variados gêneros, Elfriede Jelinek, laureada com o Prêmio Nobel de Literatura de 2004 “por seu fluxo musical de vozes e contra-vozes em romances e peças que, com extraordinário zelo linguístico, revelam o absurdo dos clichês da sociedade e seu poder subjugante”, sempre foi uma figura polarizadora, tanto é assim que o próprio Vaticano desaprovou a sua premiação, com a justificativa de que ela escreveu “cenas de sexualidade cruas que não conduzem a uma compreensão da emancipação da mulher”.
Reclusa, é através de sua literatura combativa, com seu estilo sarcástico e provocativo, que a autora costuma tecer críticas pungentes ao seu país, escrevendo contra as tragédias nas esferas política, pública e privada da sociedade austríaca, como na peça Schwarzwasser [Água negra], em que faz referência ao caso de Ibiza, um escândalo político de 2019, responsável por derrubar o governo da Áustria. É claro, Jelinek não restringe sua visão mordaz ao cenário austríaco apenas, mas cada vez mais a questões de relevância internacional e/ou mundial: em Bambiland [Bambilândia], satiriza a invasão americana ao Iraque; em Wut [Raiva], dá uma resposta ao ataque terrorista perpetrado contra a revista satírica parisiense Charlie Hebdo; e, em Am Königsweg [No caminho do rei], produz um monólogo acerca de um certo político sórdido, num discurso cheio de indignação, inspirado na vitória de Trump nas eleições estadunidenses de 2016.
Em sua obra, Jelinek explora temas como violência, poder, cultura de massa, fascismo reprimido, opressão feminina e sexualidade — temas de grande destaque em peças como Schatten(Eurydike sagt) [Sombra (Eurídice diz)], da qual você pode conferir trecho traduzido adiante, e Schnee Weiss [Branco de neve] —, e é, também por isso, vista ora como uma voz audaz e necessária, ora como pornógrafa “molestadora da arte e da cultura” e traidora da pátria. Por essas razões, que guiam a uma certa leitura crítica de Jelinek, na qual esse aspecto provocativo tende a se sobressair, em detrimento de outros aspectos, como, por exemplo, o cômico, há um construto imagético de Jelinek que não corresponde à sua totalidade enquanto pessoa e artista. Todavia, o cômico jelinekiano parece estar sendo mais abordado em estudos de âmbito internacional recentes, como ressalta Bohunovsky (2020).
Na juventude, o relacionamento problemático de Jelinek com a mãe, que ansiava transformá-la em um prodígio da música — além de ser a inspiração por trás de Die Klavierspielerin [A pianista], provavelmente seu romance mais famoso internacionalmente e que rendeu uma adaptação cinematográfica por Michael Haneke em 2002, com Isabelle Huppert como protagonista —, teria sido o pontapé inicial para a autora se rebelar contra as figuras de autoridade e dirigir toda sua atenção à escrita, onde desenvolveria um estilo e uma linguagem muito característicos, empregados como ferramenta na exposição dos vícios, das falhas e dos males das sociedades modernas.
No que se refere à questão da linguagem, a propósito, Jelinek escreveu no artigo Schreiben müssen [Ter que escrever] para o jornal vienense Die Presse, que a linguagem “tudo abre e tudo fecha e se fecha a tudo e é ela mesma tudo” e é por meio dela que Jelinek flagra a sociedade, dirigindo-se “em especial aos falantes do patriarcado, do capitalismo e do humanismo católico (sobretudo da Áustria), que são confrontados com a própria linguagem — o que é suficiente para escarnecê-los”. De acordo com a pesquisadora Dagmar von Hoff, Jelinek “escreve ficção em prosa e peças que não admitem uma interpretação central”, “em vez disso, ela desenvolve uma estrutura de descentramento”, em que ela “divide vários corpos de texto, os disseca e funde as partículas de uma nova maneira”. O crítico Ivan Nagel, em homenagem à Jelinek por ocasião do Prêmio Büchner concedido a ela, chamou-a de “contadora de histórias de extremo refinamento e habilidade”, com um trabalho implacavelmente realista, quase intolerável, “mas ótimo e necessário”. Já o diretor de teatro Claus Peymann a comparou a Thomas Bernhard em sua aptidão para descobrir “todas as manchas de podridão” na sociedade, como “uma Cassandra do teatro e da literatura” capaz de antever o terror, o abismo, a morte, revelá-los e gritá-los, sem que acreditem nela.
Em anos mais recentes Jelinek tem se dedicado com mais afinco ao teatro, com peças que, como explica Nagel, permitem aos diretores “performances excepcionalmente grandes”, devido em grande parte à forma como Jelinek as constrói: “enormes tapetes textuais, resultantes de uma poderosa corrente linguística sem papéis e sem ação”, fazendo dos diretores “coautores igualmente importantes”. Nelas, Jelinek costuma refletir a respeito das relações sociais, quase sempre em conexão com eventos atuais importantes, vide sua peça mais recente, Lärm. Blindes Sehen. Blinde Sehen! [Ruído. Visão cega. Os cegos veem!] de 2021, uma colagem de vozes sobre a pandemia da COVID-19.
Apesar da importância de sua produção teatral, não temos traduções devidamente publicadas de nenhuma de suas peças até o momento, somente algumas montagens cênicas. Temos, porém, dois romances de Jelinek publicados no país pela editora Tordesilhas (A pianista e Desejo), o que é muito pouco, embora pareça haver “uma crescente recepção acadêmica e crítica de [sua] obra” por aqui, o que, com sorte, impulsionará a presença dela e de seus romances e peças em solo brasileiro nos próximos anos.
Trechos traduzidos
Schatten (Eurydike sagt). 2013
[Sombra (Eurídice diz)]
Tradução por Cristiane Bachmann e Ruth Bohunovsky
Der Sänger wird die Realität gründlich prüfen, er wird merken, daß ich nicht mehr da bin, er wird noch einmal prüfen und unter den Einfluß dieser Realitätsprüfung gelangen, total unter den Einfluß der Trauer gelangen, ja, das wird er, und die wird von ihm kategorisch verlangen, daß er sich von mir, seinem Objekt, jetzt trennen muß, weil mein Ich, dieses Objekt, doch gar nicht mehr besteht. Er wird dann die Arbeit zu leisten haben, diesen Rückzug von mir, dem Objekt, seinem Objekt, ja, das ist wichtig, lachen Sie nicht!, von mir, die ich wertvoll geworden, gerade weil ich sein Objekt bin, und er wird diesen Rückzug von mir, dem Objekt, auf allen Ebenen und in allen Phasen seines Lebens durchzuführen haben, ordentlich durchzuführen haben, in allen Situationen, in denen das Objekt, ich, das Objekt also Gegenstand hoher Besetzung war, ich war die erste Besetzung, kein Zweifel, eine hohe Besetzung, vielleicht hat er mich zu hoch angesetzt, mag sein, vielleicht hat er mich falsch angesetzt, vielleicht nur einen Ton, nur einen Ton falsch angesetzt, bei dem Lärm hört das eh keiner, falsch angesetzt und falsch gebracht, das mag sein, aber er wird den schmerzlichen Charakter dieser Trennung akzeptieren müssen, er wird sich fügen müssen, er wird sich dann fügen müssen und die hohe und unerfüllbare Sehnsuchtsbesetzung von mir, die ich weg sein werde, futsch, perdu, abgetaucht, wird er für immer akzeptieren müssen, denn ich, das Objekt, werde eben fort sein, jawohl, fort, und das wird er, fürchte ich, diesem schmerzlichen Charakter, den der Rückzug seines Objekts haben wird, nämlich mein Rückzug persönlich, ich meine natürlich meinen Rückzug als Person, alles klar soweit?, also diesem schmerzlichen Charakter dieser Trennung wird er sich fügen müssen, er wird sich, wer, er?,was wird passieren?, also der schmerzliche Charakter unserer Trennung wird sich immer wieder einstellen, auch wenn er sich gefügt hat, der Sänger, immer wieder aufs neue, und sogar nachdem er sich längst gefügt haben wird, nachdem es sich gefügt hat, daß ich, sein Objekt, endgültig verschwunden bin, wird er das hinnehmen müssen, es wird ihm nichts andres übrigbleiben, und nachdem er das kapiert haben wird (so, wie ich ihn kenne, wahrscheinlich nie!, der ist wie ein Säugling, was er hat, das hält er fest, an dem saugt er, und dann spuckt er es wieder aus, und dann singt er gleich wieder fleißig, weil er eine Erfahrung gemacht hat, die Erfahrung, daß man alles behalten darf, was man hat, weil es einem zusteht, es gehört sich, daß einem möglichst viel gehört, das leuchtet mir ein), nachdem er das geschnallt hat, wird er diese Sehnsuchtsbesetzung von mir, seinem Objekt, in allen Situationen, in allen ähnlichen reproduzierbaren Situationen immer wieder als Bindung an mich, sein Objekt, erkennen, wo er doch lernen sollte, die Bindung an mich, sein Objekt, jetzt endlich und endgültig zu lösen. Da führt kein Weg daran vorbei.
O cantor examinará a realidade a fundo, perceberá que eu não estou mais ali, examinará novamente e se entregará à influência desse exame da realidade, totalmente entregue à influência do luto, sim, ele ficará assim, e o luto lhe exigirá, de modo categórico, que neste exato momento se separe de mim, seu objeto, por meu Eu, esse objeto, já não existe mais. Ele vai ter que passar por esse trabalho, essa regressão de mim, do objeto, seu objeto, sim, isso é importante, não ria!, de mim, que me tornei preciosa, justamente porque sou o objeto dele, e ele terá que realizar essa regressão de mim, do objeto, em todos os níveis e em todas as fases de sua vida, realizar com esmero, em todas as situações em que o objeto, eu, ou seja, o objeto que era alvo de alto investimento, eu era o principal investimento, sem dúvida, um alto investimento, talvez ele tenha apostado demais em mim, pode ser, talvez ele tenha apostado errado, talvez apenas numa nota, apostou numa nota errada, com esse barulho todo ninguém vai escutar mesmo, apostou errado e deu errado, pode ser isso, mas ele terá que aceitar o caráter doloroso dessa separação, terá que se adaptar, então vai ter que se adaptar e terá que aceitar o alto e inalcançável investimento nostálgico de mim, pois já terei ido, já era, perdu, canoa virada, ele que aceite de uma vez por todas, que eu, o objeto, terei desaparecido, sim senhor, esse caráter doloroso que terá a regressão de seu objeto, ou seja, minha própria regressão, estou pensando, é óbvio, na minha regressão como pessoa, tudo claro até aqui?, então, esse caráter doloroso dessa separação, ele vai ter que aceitar, ele vai, quem, ele?, o que é que vai acontecer?, então, o caráter doloroso da nossa separação vai se fazer sentir para sempre, mesmo depois de ele ter aceitado, o cantor, sempre de novo, e mesmo depois que ele tenha aceitado já há um bom tempo, depois de ter aceitado que eu, seu objeto, sumi definitivamente, vai ter que engolir, não lhe resta outra saída, e depois que ele sacar isso (ou seja, provavelmente nunca!, do jeito como eu o conheço, pois ele é como um bebê, o que ele pega, ele agarra, chupa, e logo cospe fora, e logo volta a cantar sem descanso, pois acabou de ter uma experiência, a experiência de que podemos ficar com tudo que pegamos, pois merecemos, pertence a nós que o máximo possível pertença a nós, isso me parece óbvio), depois de pescar isso, ele vai reconhecer esse investimento nostálgico de mim, de seu objeto, em todas as situações, em todas as situações reprodutíveis semelhantes, sempre como vínculo comigo, seu objeto, ainda que deva, na verdade, aprender a desatar o vínculo comigo, seu objeto, agora, final e definitivamente. Porque não há outro caminho.
Die Schutzbefohlenen. 2013
[Suplicantes]
Tradução por Gisele Eberspächer
Schauen Sie, Herr, ja, Sie!, flehend wenden wir uns Ihnen zu, uns hat irgendwer gezeugt und irgendeine geboren, wir verstehen, daß Sie das überprüfen wollen, aber Sie werden es nicht können. Wo ein Woanders ist, dort wissen wir nichts, denn vielleicht ist alles ganz anders und ohnedies immer woanders, und dort ist unser Erkennen nichts. Man hat uns Videos geschickt, meiner Familie, als ich sie noch hatte, inzwischen alle tot, alle tot, kein einziger noch da, ich bin der letzte, mein alter Horizont nicht Gegenstand mehr, dem steht nichts entgegen, sie sind ja alle weg, alle tot, nur ich nicht, ich bin jetzt da, und was machen Sie mit mir? Ich bin da, was machen Sie jetzt mit mir? Der Horizont wird zum Nichts, am Gebirge endet er, das Meer ist ein Loch, ein Schlund, eine Schlucht, es ist doch keiner mehr da, es ist keiner mehr dort, nur ich bin hier und nicht dort, aber hier, angewiesen auf meine Erinnerungen, sind alle tot, sind woanders tot, sowieso tot, ich bin der letzte, ein hartes Los, ich klage es laut, ich habe das traurigste Los gezogen. Schauen Sie, da werden zwei unserer Verwandten geköpft, danach waren noch einige übrig, fotografiert mit dem Handy, solange noch Zeit war, jetzt sind sie es nicht mehr, es gibt sie nicht mehr, es gibt nur noch mich, aber dieses schwer zu enträtselnde Geschick, denn wieso machen Menschen das?, erlaubt mir nicht Aufenthalt hier, schauen Sie, ich zerfetze mir sofort meine geschenkten Jeans, meinen geschenkten Pullover, ich zerschneide auf der Stelle meinen geschenkten Rucksack, ich muß verrückt sein, die Sachen gehören doch jetzt mir!, ich lasse mich treiben auf unsichtbaren Wellen, aber nützt mir das was? Es nützt mir nichts! Zwei meiner Cousins sind einen Kopf kürzer gemacht, ich flehe zu Ihnen, ich weiß, das würden Sie mir nicht antun, das könnten Sie gar nicht, aber sprechen meine Cousins nicht für mich? Mit ihren zerschnittenen Hälsen und ohne
Kopf? Spricht das nicht für mich, daß so Schweres ich erlebt habe, willst du uns nicht, ja, du? Wir dunkle, sonnenglutgewohnte Schar, wir kehrten dann um, bloß: wohin? Zu andren Erdumnachteten, Endumnachteten, überhaupt Umnachteten, alle, alles umnachtet, wo wir nicht sind, aber hin sollen, hin auch wollen, gibt es diesen Herrn Präsidenten oder was er ist, gibt es den Herrn, den allaufnehmenden? Nein, es gibt ihn nicht. Es gibt keinen Allaufnehmenden. Da könnte jemand eher das All bei sich aufnehmen als alles, als uns, nichts und niemand nimmt uns auf, das ist unerhört! Und unerhört bleiben auch wir
Hei, você, olhe aqui! Sim, você! Suplicamos para você, alguém nos concebeu, alguém nos pariu, e entendemos que você precisa verificar isso, mas não vai conseguir. Lá onde é um outro lugar, lá não sabemos nada, talvez esteja tudo diferente e de qualquer maneira é sempre outro lugar, e nosso conhecimento não vale nada lá. Nos mandaram vídeos da minha família, enquanto eu ainda a tinha, desde então todos mortos, todos mortos, nenhunzinho vivo, só sobrou eu, meu horizonte de antes já não é mais um objeto, não há ninguém lá para objetar, todos já eram, todos mortos, só eu que não, agora estou aqui, e o que você está fazendo comigo? Estou aqui, e o que você está fazendo comigo agora? O horizonte se transformou em nada, se encerra nas montanhas, o mar é um buraco, uma garganta, uma goela, ninguém mais está aqui, ninguém mais está lá, só eu estou aqui e não lá, aqui, dependendo de minha memória, todos estão mortos, mortos em outros lugares, ainda assim mortos, só sobrou eu, um destino cruel, grito lamentando, o meu é o destino mais triste. Olhe aqui, dois dos nossos parentes sendo decapitados, depois ainda sobraram alguns, tiraram fotos com o celular enquanto ainda havia tempo, mas agora já não existem, não há mais ninguém, só eu ainda estou aqui, mas esse é um destino tão difícil de desvendar, porque é que as pessoas fazem isso?, por que não me permitem ficar aqui, veja bem, eu rasgo na hora o jeans que me deram, a blusa, corto na hora a mochila que me deram, devo ter enlouquecido, as coisas são minhas agora!, deixo ondas invisíveis me levarem, mas isso me serve para algo? Para nada! Dois dos meus primos foram
decapitados, eu suplico, eu sei que você nunca faria isso comigo, nem poderia, mas meus primos também não falam por mim? Com suas gargantas cortadas e sem cabeça? Isso não fala a meu favor, eu, que coisas tão terríveis vivi, você não nos quer, quer? Nós que temos a pele escura, um grupo acostumado ao sol, nós damos a volta, mas: para onde? Para outras terras loucas, outras terras poucas, sobretudo loucas, tudo, tudo louco para onde queremos ir, será que lá tem um senhor presidente ou quem quer que seja, existe um senhor, que aceite todo mundo? Não, não existe. Não existe alguém que aceite todo mundo. Aceitam o universo inteiro mas não aceitam a gente, mas ninguém e nada nos aceita, isso é um absurdo! É como se fossem todos surdos.
Algumas obras
*A obra completa de Jelinek envolve ainda peças radiofônicas, roteiros, poemas, ensaios, críticas, libretos, traduções, entre outros.
Os títulos em português, indicados entre colchetes, são traduções de autoria própria, de caráter provisório e informativo ao público lusófono, em especial brasileiro. Não se trata, portanto, de propostas para publicação. As obras que, porventura, tenham tradução publicada no Brasil, estarão destacadas em negrito nesta seção, também com o título oficial publicado em Português, e podem ser conferidas na seção RECEPÇÃO NO BRASIL, na subseção referente às traduções.
Peças
- Was geschah, nachdem Nora ihren Mann verlassen hatte oder Stützen der Gesellschaften [O que aconteceu depois que Nora deixou seu marido ou Os pilares das sociedades]. 1977
Peça inicial de Jelinek, propõe-se a ser uma continuação com bastante liberdade das clássicas Uma casa de bonecas e Os pilares da sociedade, de Henrik Ibsen, partindo justamente do final dos acontecimentos da primeira, quando a protagonista deixa marido e filhos para viver a vida de uma outra maneira, como melhor entendia. A Nora de Jelinek acaba indo trabalhar na indústria têxtil, onde suas ideias feministas são mal vistas pelas colegas, e ela logo se vê desiludida ao deparar com as dificuldades e entraves proporcionados pela sociedade capitalista, ainda muito orientada pelos ditames masculinos. Com esta peça, Jelinek examina criticamente, por assim dizer, o feminismo contemporâneo (ou seja, da década de 1970), que, como a autora já declarou certa vez, ignorava o contexto econômico como fator crucial na emancipação da mulher.
- Clara S. Musikalische Tragödie [Clara S: trágedia musical]. 1981
- Burgtheater. Posse mit Gesang [Burgtheater: farsa com canto]. 1985
- Krankheit oder Moderne Frauen. Wie ein Stück [Doença ou mulheres modernas: como uma peça]. 1987
Exercício sobre a condição da mulher e da estereotipização do feminino na sociedade moderna. São personagens principais a enfermeira e escritora Emily (inspirada na escritora inglesa Emily Brontë) e a dona de casa Carmilla (na vampira de Sheridan Le Fanu, por sua vez). Emily é uma vampira e, com a intenção de reviver Carmilla, após esta praticamente morrer no parto, ela a transforma numa vampira também, e as duas acabam se envolvendo amorosa e sexualmente. Jelinek faz uma comparação da condição mulher a de um vampiro, uma espécie de morto-vivo, que se encontra em um entrelugar, entre o ser e o não ser, entre o existir e o não existir: a mulher, por tudo que ela vive e representa nas sociedades, não é viva da mesma maneira que o homem.
- Präsident Abendwind. Ein Dramolett, sehr frei nach Johann Nestroy [Presidente Vento da Noite: um dramolette, vagamente baseado em Johann Nestroy]. 1987
- Wolken.Heim. [Nuvens.Lar.]. 1988
- Totenauberg. 1991
- Raststätte oder Sie machens alle. Eine Komödie [Parada rodoviária, ou Assim fazem todos]. 1994
- Stecken, Stab und Stangl. Eine Handarbeit [Vara, bastão e estaca: um trabalho manual]. 1996
- Ein Sportstück [Peça esporte]. 1998
Aqui, o esporte — e, mais importante, o esporte enquanto fenômeno de massa e única forma bélica aceitável e incentivada — é o leitmotiv. E, mais abrangentemente, esta peça é um comentário acerca da busca incessante pela beleza e pela cultura do corpo perfeito. O compatriota de Jelinek, o ator Arnold Schwarznegger, é emulado pela personagem Andi, um jovem fisiculturista morto-vivo, que se entope de anabolizantes para chegar ao resultado desejado. Além disso, Jelinek se coloca nesta peça como uma das personagens, no papel de uma Nestbeschmutzerin (literalmente, “alguém que suja o ninho”, ou seja, alguém que, por aquilo que diz ou faz, é visto como alguém que se volta contra a própria pátria), alcunha pela qual a autora já foi denominada algumas vezes pelos seus críticos e opositores.
- er nicht als er (zu, mit Robert Walser) [Ele não como ele (para, com Robert Walser)]. 1998
- MACHT NICHTS. Eine kleine Trilogie des Todes [NÃO IMPORTA: uma pequena trilogia da morte]. 1999
- Das Lebewohl (Les Adieux) [O adeus (Les Adieux)]. 2000
- In den Alpen [Nos Alpes]. 2002
- Das Werk [A obra]. 2003
- Prinzessinnendramen. Der Tod und das Mädchen I–V. [Dramas de princesas: a morte e a donzela I-V]. 2003
As “princesas” às quais se refere o título são seis figuras conhecidas dos contos de fadas, da música, da literatura, da mídia e/ou da História, cujas mortes são tão conhecidas quanto elas próprias. Figuram nas cinco peças de um ato: Branca de Neve, a Bela Adormecida, Rosamunde, Jackie Onassis, Ingeborg Bachmann e Sylvia Plath. Jelinek ironiza a existência dessas mulheres, porque aparentemente elas só começam a existir através do olhar masculino. Nenhuma das personagens tem um fim digno das narrativas feéricas, contudo, pois, no fim, todas sucumbem à morte.
- Bambiland [Bambilândia]. 2003
Escrita no calor do momento, esta peça é uma reflexão sobre a então recém-iniciada Guerra do Iraque que se estenderia ao longo de quase uma década, acompanhando o relatório de um mensageiros acerca da cobertura midiática da guerra. Jelinek se debruça não somente sobre as decorrências reais da guerra, mas também sobre o papel da mídia e do jornalismo, assim como sobre a consciência e visão ocidentais, nas quais as coberturas televisivas tiveram um papel fundamental, quer seja para o bem, quer seja para o mal.
- Babel. (2005)
- Ulrike Maria Stuart. 2006
Tendo como ponto de partida Maria Stuart, de Schiller, Jelinek apresenta a disputa entre Ulrike Meinhof, ex-jornalista de esquerda, e Gudrun Ensslin, estudante de literatura, pela liderança da Rote Armee Fraktion (RAF), grupo de luta armada de extrema esquerda fundado na Alemanha Ocidental na década de 1970, ao mesmo tempo que as compara com as também rivais anteriores Maria Stuart e Elisabeth I, respectivamente.
- Über Tiere [Sobre animais]. 2006
- Rechnitz (Der Würgeengel) [Rechnitz (o anjo exterminador)]. 2008
- Abraumhalde [Depósito de rejeitos]. 2009
- Die Kontrakte des Kaufmanns. Eine Wirtschaftskomödie [Os contratos do comerciante: uma comédia econômica]. 2009
- Das Werk/Im Bus/Ein Sturz [A obra/No ônibus/Uma queda]. 2010
- Winterreise [Viagem de inverno]. 2011
Tida como um dos trabalhos mais pessoais de Jelinek, Winterreise combina aspectos autobiográficos (a difícil relação da escritora com a mãe, a demência do pai, entre outros pontos) com eventos sociais. A autora segue os passos do andarilho protagonista do ciclo homônimo de 24 Lieder (canções) do compositor austríaco Franz Schubert.
- Kein Licht [Nenhuma luz]. 2011
- FaustIn and out. Sekundärdrama zu “Urfaust” [Faustln and out: drama secundário para o “Fausto zero”]. 2011
- Die Straße. Die Stadt. Der Überfall. [A rua. A cidade. O assalto.]. 2012
- Schatten (Eurydike sagt) [Sombra (Eurídice diz)]. 2013
Jelinek dá voz a uma personagem mitológica, a ninfa do mito grego de Orfeu e Eurídice, para que ela possa contar a sua versão da história, ou melhor, dizer, sem que, com isso, consiga sair da sombra, pois sua fala, diferentemente da fala dos homens, não interfere na realidade, e ela se mostra consciente desta sua limitação infeliz. Se sob o ponto de vista da mitologia, esta é uma história trágica de amor; sob o ponto de vista jelinekiano, trata-se de uma oportunidade para satirizar as relações de poder na sociedade moderna no que se refere aos papéis de gênero.
- Aber sicher! [Mas com certeza]. 2013
- Rein Gold. Ein Bühnenessay. Rowohlt, Reinbek [Puro ouro: um ensaio para o palco]. 2013
- Die Schutzbefohlenen [Suplicantes]. 2014
- Das schweigende Mädchen [A menina silenciosa]. 2014
- Wut [Raiva]. 2016
- Am Königsweg [No caminho do rei]. 2017
Resposta à vitória de Trump nas eleições de 2016 dos Estados Unidos, embora o nome do ex-presidente populista sequer seja proferido uma única vez ao longo de toda a peça. Os dramas reais de Shakespeare são evocados como referência, enquanto o político é posto como uma sombra destes reis despóticos. Todos são cegos, inclusive o rei, que é visto por muitos como um salvador da nação, não podendo ser impedido de chegar ao poder mesmo pelos seus maiores opositores.
- Schnee Weiss [Branco de neve]. 2018
Para escrever Schnee Weiss, espécie de continuação de Ein Sportstück, Jelinek parte das revelações feitas pela esquiadora Nicola Werdenigg em 2017, na onda do movimento feminista #MeToo, sobre o abuso sexual praticado sistematicamente contra as mulheres no esporte durante a época em que ela ainda competia e do qual ela mesma foi vítima. O esporte é comparado a uma religião, na qual os deuses são onipotentes e seguidos/idolatrados por muitos. Não à toa, Jesus Cristo aparece como uma das personagens de destaque. O branco da neve evocado no título está longe de representar a pureza, mas é, antes disso, um elemento contrastante com o sangue derramado, ao mesmo tempo que se trata de uma clara alusão ao esqui, esporte possivelmente tão popular na Áustria quanto o futebol é no Brasil.
- Schwarzwasser [Água negra]. 2020
Tendo eventos sócio-históricos recentes como ponto de partida, incluindo o caso de Ibiza que causou o colapso do governo austríaco em 2019, Jelinek se debruça sobre as consequências desastrosas do populismo de direita para a sociedade, que já há alguns anos vem se espalhando e ganhando mais e mais adeptos e defensores ao redor do mundo, tratado como um tipo de vírus que tudo infecta, com agravantes para os climas social e ambiental, e que cedo ou tarde culimna em desastres globais.
- Lärm. Blindes Sehen. Blinde Sehen! [Ruído. Visão cega. Os cegos veem!]. 2021
Trabalho teatral mais recente da autora, Lärm. Blindes Sehen. Blinde Sehen! é uma peça polifônica, cujo tema principal é a pandemia de COVID-19 e seus desdobramentos, com a exposição de várias vozes possíveis, incluindo, naturalmente, as negacionistas. O evento de superespalhamento do vírus na vila austríaca de Ischgl é comparado ao episódio em que Ulisses e seus homens chegam à ilha de Circe, onde, com exceção do próprio Ulisses, todos são transformados em porcos. Além disso, entram em jogo outros temas atuais, como o movimento Black Lives Matter, que teve um momento importante em 2020, no auge da pandemia, após a morte de George Floyd, assassinado por um policial, nos Estados Unidos.
Romances
- Bukolit. Hörroman [Bukolit: um romance em áudio]. Viena: Rhombus Verlag, 1979
- wir sind lockvögel baby! [Nós somos iscas, baby!]. Reinbek: Rowohlt, 1970
- Michael. Ein Jugendbuch für die Infantilgesellschaft [Michael: um livro juvenil para a sociedade infantil]. Reinbek: Rowohlt, 1972
- Die Liebhaberinnen [As amantes]. Reinbek: Rowohlt, 1975
- Die Ausgesperrten [Os excluídos]. Reinbek: Rowohlt, 1980
- Die Klavierspielerin. [A pianista]. Reinbek: Rowohlt, 1983
- Oh Wildnis, oh Schutz vor ihr [Ó deserto, ó resguardo dela]. Reinbek: Rowohlt, 1985
- Lust [Desejo]. Reinbek: Rowohlt, 1989
- Die Kinder der Toten [Os filhos dos mortos]. Reinbek: Rowohlt, 1995
- Gier. Ein Unterhaltungsroman [Cobiça: um romance de entretenimento]. Reinbek: Rowohlt, 2000
- Neid [Inveja]. 2007/2008
Poesia
- Lisas Schatten [A sombra de Lisa]. Munique: Relief. 1967
Ende: Gedichte von 1966–1968 [Fim: poemas de 1966-1968]. Schwiftinger Galerie-Verlag. 1980
Recepção no Brasil
Romances traduzidos
- A pianista [Die Klavierspielerin]. Tradução de Luis S. Krausz. São Paulo: Tordesilhas, 2011.
- Desejo [Lust]. Tradução de Marcelo Rondinelli. São Paulo: Tordesilhas, 2013.
Peças traduzidas
- No caminho do rei [Am Königsweg]. Tradução de Alice do Vale. Goethe Institut: Theaterbibliothek. 91 p. Disponível em: <https://docplayer.com.br/214687699-Elfriede-jelinek-am-konigsweg-traducao-alice-do-vale-revisao-camilo-schaden.html>. Acesso em: 11 maio 2022.
- Dramas de princesas: a morte e a donzela I-V [Prinzessinendramen. Der Tod und das Mädchen I-V]. Tradução de Alexandre Krug. 47 p. Disponível em: <https://docero.com.br/doc/v8800s>. Acesso em: 20 maio 2022.
Monografias
- CASTRO, Jéssica Fraga de. A intertextualidade e a dramatização da história em Ulrike Maria Stuart, de Elfride Jelinek. Orientador: Christoph Schamm. 2011. 62 p. TCC (Licenciatura em Letras) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2011. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/32863>. Acesso em: 12 maio 2022.
- EBERSPÄCHER, Gisele. O gênero não marcado na tradução do alemão para o português: um projeto de tradução do texto teatral Die Schutzbefohlenen de Elfriede Jelinek. Orientadora: Ruth Bohunovsky. 2021. 49 p. TCC (Bacharelado em Letras) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2021.
- GLENK, Eva Maria Ferreira.; CAMARGO, Sidney. Die Funktion der Sprichwörter im Text: eine linguistische Untersuchung anhand von Texten der Elfriede Jelinek. Orientador: Sidney Camargo. 1996. Tese de doutorado – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1996.
- MATHIAS, Dionei. Função e figuração de emoções na obra de Elfriede Jelinek. Orientador: Paulo Astor Soethe. Tese de doutorado – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014.
- MORAES, Bianca Barreto de. O que aconteceu depois que Nora abandonou seu marido ou pilares das sociedades: patriarcado, capitalismo e a literatura de Elfriede Jelinek no Brasil. Orientador: Gerson Roberto Neumann. 2019. 52 p. TCC (Licenciatura em Letras) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019. Disponível em: <https://lume.ufrgs.br/handle/10183/199997>. Acesso em: 12 maio 2022.
Ensaios
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Artigos
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Apresentações em eventos acadêmicos
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Publicações não localizadas
- EU quero ser superficial [Ich möchte seicht sein] e Sentido, sem importância. Corpo, inútil [Sinn egal. Körper zwecklos]. In: KESTLER, Izabela (org.). Forum Deutsch: revista brasileira de estudos germânicos. Rio de Janeiro: [s. n.], 2007. v. XI.
Montagens, encenações e leituras dramáticas
- Eu quero ser superficial [Ich möchte seicht sein]. São Paulo: Kiwi Companhia de Teatro, 2007. Dossiê disponível em: <http://www.kiwiciadeteatro.com.br/wp-content/uploads/2017/04/Dossie_Carne_2015.pdf>. Acesso em: 20 maio 2022.
- Peça esporte [Ein Sportstück]. Tradução de Camilo Schaden. São Paulo: Cia de Teatro Acidental. Vídeo integral disponível em: <https://vimeo.com/144316051>. Acesso em: 20 maio 2022.
- Dramas de princesas [Prinzessinnendramen]. Tradução de Alexandre Krug. São Paulo: ciadasatrizes. Vídeo integral disponível em: <https://vimeo.com/184702789>. Acesso em: 20 maio 2022.
- O caso Meinhof. Tradução e dramaturgismo de Artur Kon. São Paulo: Teatro do Fim do Mundo, 2022.
Fontes
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