No Brasil, assim como na Áustria, o tratamento psiquiátrico foi dominado durante muito tempo por métodos cruéis e desumanos. Mas, aqui como lá houve pessoas engajadas que se empenharam na luta contra tais tratamentos e a favor de métodos alternativos.  

Perto de Viena, na cidadezinha de Gugging, existia durante muitas décadas um hospital psiquiátrico que, nos anos 70 do século passado, ganhou notoriedade mundial. Responsável por essa fama foi um dos médicos, Leo Navratil (1921 – 2006), que iniciou na instituição um novo método de tratamento dos pacientes. Em vez de choques elétricos e outros métodos cruéis de “cura”, ele convidou os pacientes a se expressarem artisticamente, seja nas artes plásticas ou na literatura. Aos poucos, foi se mostrando que a atividade artística não apenas foi benéfica para o bem-estar dos pacientes, mas que muitos dos produtos tinham altíssima qualidade artística. Organizaram-se exposições, leituras poéticas e muitos escritores, músicos, intelectuais reconhecidos mundialmente – por exemplo, David Bowie – foram até Gugging para conhecer os artistas pessoalmente. Hoje, o prédio do antigo hospital abriga um museu que mostra as obras mais famosas, exposições de art brut e sobre outros assuntos relacionados com a temática e que, também, oferece oficinas e espaço físico para pessoas com deficiências conviverem e produzirem arte (para mais informações, acesse o site aqui).  

No âmbito do Centro Austríaco, Cristiane Bachmann elaborou um estudo sobre Ernst Herbeck, um dos poetas mais conhecidos e talentosos do grupo dos artistas de Gugging (conira o artigo escrito por Cristiane Bachmann acessando o link aqui). O trabalho conta com várias traduções excelentes dos poemas criativos e únicos de Herbeck. No Centro Austríaco, ainda estão disponíveis outros títulos de e sobre Herbeck, mas também sobre a “casa dos artistas” de Gugging e a arte fascinante que foi produzida por outros artistas da instituição. 

No Brasil, o nome mais importante na luta a favor de tratamentos mais humanos de pacientes psiquiátricos foi Nise da Silveira. No SESC Belenzinho (São Paulo) pode ser vista – só até o dia 26 deste mês de março!!! – uma mostra sobre a vida e obra dessa mulher pioneira, cientista e médica. Inspirada pelas obras de Sigmund Freud e, sobretudo, do suíço Carl Gustav Jung, mas também de psiquiatras brasileiros como Osório César, ela revolucionou a psiquiatria brasileira pelo gesto e pelo método baseado no afeto. Confira aqui algumas imagens da exposição!

Acesse aqui o folder digital da exposição sobre Nise da Silveira!

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