por Angélica Neri

Elisabeth da Baviera, mundialmente conhecida como Sissi, foi uma imperatriz da Monarquia de Habsburgo. Além de ter ocupado uma posição importante no império, sua reputação se deve à sua beleza marcante, personalidade controversa e até sua melancolia. Mesmo após mais de cem anos de sua morte, Sisi continua sendo uma figura que desperta muito interesse e curiosidade, sendo considerada um símbolo da cultura austríaca. Na minissérie recém-lançada pela Netflix, vemos uma jovem irreverente, cheia de vida e um pouco alheia aos tradicionais costumes do palácio habsburgo. 

Os seis episódios da primeira temporada retratam o enlace do jovem imperador austríaco Francisco José I (Franz Josef I) com Elisabeth. Ao mudar-se para o palácio imperial, em Viena, ela tem dificuldade de se adaptar à vida na corte por se sentir muito entediada com as obrigações das mulheres da nobreza naquela época. Para tentar se distrair da vida na corte imperial, Sisi gostava muito de cavalgar e escrever poemas – ela era fascinada pela poesia de Heinrich Heine. 

A minissérie A Imperatriz ilustra os primeiros meses após o casamento de Francisco José e Elisabeth, retratando as dificuldades enfrentadas por Sisi em sua nova vida, os embates com a sogra, a Arquiduquesa Sofia, e o crescente descontentamento do povo com o poder monárquico. Também são abordados outros momentos importantes na história do país, como a relação do império austríaco com a Rússia czarista e a França de Napoleão III.  

No cenário político, Sisi é considerada uma das responsáveis pela união monárquica com a Hungria, que resultou na formação do Império Austro-Húngaro (1867-1918), período correspondente à última fase da Monarquia de Habsburgo. Adorada pelos húngaros, o sexto e último episódio apresenta algumas nuances dessa relação de Sisi com o povo. 

Além de retratar acontecimentos históricos da época, a minissérie também mostra a vida no Palácio Imperial de Hofburg, os famosos bailes da corte austríaca – que contam, aliás, com a ilustre presença de grandes compositores como Johann Strauss e Franz Liszt. Ainda no que diz respeito ao retrato histórico, um outro aspecto interessante explorado na série é a combinação de elementos da época com elementos contemporâneos. Isso pode ser percebido de várias formas, como na representação das vestimentas ora tradicionais ora mais modernas, ou na tradicional valsa vienense com elementos de dança contemporânea, para citar alguns exemplos. Desse modo, ao assistir à minissérie, é importante ter em mente que estamos assistindo a uma adaptação e que, portanto, não se trata de uma reconstrução histórica da vida no império e dos acontecimentos daquela época.

A primeira temporada da série começou a ser gravada em 2021 e estreou no dia 29 de setembro deste ano. Estudantes de alemão e demais interessados na cultura austríaca têm muitos motivos para maratonar os seis primeiros episódios. Ainda não temos notícias de uma continuação da série, mas, uma coisa é certa; mesmo após mais de um século de sua morte, continuamos nos perguntando: Quem foi Sisi?

Clique aqui para ver um material didático sobre Sisi desenvolvido pelo Centro Austríaco.

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