Existem várias histórias curiosas que merecem ser contadas. Esta é um delas: uma história daqueles sonhadores criativos que ousaram desafiar as fronteiras políticas geográficas e criar o seu próprio “mini mundo”. Apresentamos a República de Kugelmugel.
Como o próprio nome indica, se trata de uma casa em forma de esfera (Kugel) do artista Edwin Lipburger, construída em um campo público sem qualquer permissão. Como consequência dessa pendência judicial, uma vez que o estado da Baixa Áustria não aceitou a construção desta habitação esférica, Lipburger reagiu e auto proclamou o espaço como a sua própria república “Kugelmugel”, protestando com vários cartazes. Por conta disso, Lipburger foi processado e preso por várias semanas.
Esses eventos geraram discussões polêmicas sobre como o estado lida com a liberdade artística. Ironicamente, sua prisão aconteceu ao mesmo tempo que o reconhecimento do Estado Livre de “Artiopia” no Tirol/Áustria. O nome é um composto entre “arte” e “utopia” e se trata de um estado artístico como parte de um evento do fórum europeu Alpbach no Tirol. “Artiopia” existiu por oito dias.
A reflexão sobre este evento provavelmente levou à liberação do artista de Kugelmugel. “Eu fracassei por 10 anos e isso… eu sabia” Lipburger disse ao noticiário da ORF. “O fracasso também é sucesso. Só com sinais negativos … Se tivesse dado certo, a princípio me pareceria questionável. Este é um território novo e desconhecido, daí o fracasso“. Por fim, o parque público Prater, em Viena, ofereceu “asilo” à Kugelhaus, onde ela está até hoje. A esfera, que se encontra na “praça antifascista”, não tem mais de 100 metros quadrados e é uma atrações turísticas.
Quer saber mais sobre a Kugelhaus? Veja um vídeo no site da ORF.
“Artiopia” e “Kugelmugel” não são as únicas tentativas criativas de um mini-mundo artístico e independente. Vale também mencionar a “República da Ilha das Rosas”, em Rimini, Itália, na qual um engenheiro italiano construiu sua própria mini-ilha e declarou sua independência. O projeto foi tão longe que chegou a criar passaportes, dinheiro e adotou o esperanto como língua oficial – o que deu início a um grande debate político a nível internacional. Infelizmente, o projeto foi dinamitado pelo exército italiano. A história é tão interessante que virou até filme: “A incrível história da Ilha das Rosas”.
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