Em 1949, o filósofo alemão Theodor W. Adorno escreveu que seria “bárbaro” escrever poesia “após Ausschwitz”. A “Fuga da Morte” – senão toda a obra – de Paul Celan pode ser lida como uma prova do contrário, como um trabalho e um confronto poético-estético cujo tema é justamente a experiência do holocausto.
Paul Celan nasceu há exatamente cem anos, em 23 de novembro de 1920, em Chernivtsi, cidade que hoje fica na Ucrânia, mas que naquela época ainda fazia parte do Império Austro-Húngaro. Para Celan, o idioma alemão foi, ao mesmo tempo, “língua materna”, “língua dos assassinos” de seus pais (ambos mortos em campos de concentração durante o regime nazista) e, também, “língua poética”. A reflexão sobre os limites da língua e da comunicação humana para expressar experiências extremas e de não-pertencimento foram essenciais para sua obra poética.
Para conhecer mais:
- Texto do jornal Der Standard sobre os 100 anos do nascimento de Celan (em alemão);
- Artigo com áudios de leituras dos poemas “Ägypten” e “Fadensonnen” pelo próprio Celan (que teve um estilo muito peculiar de apresentação oral), assim como outros links para sites e publicações sobre o poeta (em alemão;
- Texto, assinado por Vladimir Safatle, na revista Cult, sobre a obra do autor;
- Seleção de poemas em homenagem a Celan.
