Você prefere encenações clássicas ou releituras provocativas? A peça Ifigênia em Táuris, de Goethe, é um exemplo perfeito para refletir sobre isso.

Inspirada na tragédia de Eurípides e escrita em 1779, a peça coloca Ifigênia em um dilema moral entre lealdade e liberdade, destacando o poder da razão e do diálogo. Ifigênia, sacerdotisa do templo de Diana na terra dos Táurios, luta para manter sua integridade moral em meio a um povo bárbaro. Quando seu irmão Orestes e seu amigo Pílades chegam à ilha em busca da estátua de Diana para expiar a culpa de Orestes, Ifigênia precisa escolher entre a lealdade à sua nova pátria e o desejo de retornar à Grécia. Diferente da versão trágica de Eurípides, Goethe enfatiza o poder da razão, da verdade e do humanismo, permitindo que o conflito seja resolvido sem violência, apenas pelo diálogo e pela honestidade de Ifigênia.

Na Áustria, duas montagens atuais interpretam essa história de formas bastante distintas, mas ambas dialogando com a realidade que estamos vivendo fora dos teatros:

Akademietheater (Viena) – Dirigida por Ulrich Rasche, a produção transforma o palco em uma experiência hipnótica: cenários monumentais, ritmos mecânicos, percussão intensa e atores em esforço físico constante. A peça vira um espetáculo visual e sonoro sobre poder, violência e resistência feminina. Assista um trecho:

Stadttheater Klagenfurt – Com direção de Ana Stepiani, essa versão foca na autossuficiência de Ifigênia como um manifesto pela desobediência e o empoderamento feminino. Em vez de uma tragédia distante, temos uma peça que questiona normas sociais e dá voz à luta pela liberdade.

Duas abordagens, um mesmo texto – e um convite à reflexão! E você, qual estilo prefere? Tradicional ou reinterpretado? 

Uma opinião sobre “O teatro do século XVIII ainda faz sentido hoje?

  1. Minha preferência é teatro clássico tradicional.

    O teatro moderno e contemporâneo merece reconhecimento, caso seja uma apresentação do porte da peça ,,FIDÉLIO” de L.V.Bethowen, cuja interpretação dos atores cantores foi um deleite nessa Páscoa 2025. O figurinista fez um esclarecimento das fontes, as quais ele se inspirou para criar as vestimentas dos atores. A parte técnica do som também merece aplausos. Vale a pena ir até o teatro São Pedro, mesmo que a capital esteja um caos entristecedor.

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